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segunda-feira, 24 de junho de 2013

HIERARQUIAS NA NAÇÃO ANGOLA

HIERARQUIAS NO CANDONBLÉS DE ANGOLA. BÁBÁLORIXÁS OU YALORIXÁS-zeladora ou zelador. BÁBÁ OU YÁ KEKERES-pai ou mãe pequena ouxiliares diretos dos zeladoresAXOGUM-o sacrificador de animais de 4 patas e doispés. ATOXOGUM-sacrificador de animais de dois pés auxiliar do axogum. BÁBÁLIXÉ OU YALAXÉ-zelador ou zeladora do axé e ixés da casa. PEJIGÃN- zelador  do peji. local onde fica os orixas acentados. OGÃN ALABÉ- tocadores de atabaques(ingoma) e outros estrumentos usado no xirés.YÁ BALÉ LAXÉ- filha resposavel pelas as obrigaçães das almas ou eguns. EKEDI- auxiliares dos zeladores, ogãns das mães pequena. DAGÃN OU RONBONA- é a filha mais velha da casa. OGÃN DE SALÉ- auxiliares com as ekedis. YÁ BACÉ- tradicionais conzinheiras do abaça. YÁ TIBAJI OU BÁBÁ TIBÁJI- puxador de toadas. EBAMIS- filha com mais de sete anos. sem filhos raspados YÁWO- raspada com menos de sete anos ABIÃ- filhos ou filhas barizados.

votos de felicidades

 OLORUM BAKUMFUM:       DEUS LHE ABENÇOE.    OLURUM MODUPÉ;             DEUS LHE DE FELICIDADES. OLORUM DIDÉ:                    DEUS NOS DÉ FELICIDADES.      NIFÉ QUE OLORUM FÉ:    SEJA FEITA A VONTADE DE DEUS                                   .OLORUM MISSARIÉ:       DEUS LHE PAGUE. ZAMBI NA QUATEZALA; DEUS LHE PAGUE. AUÉ ZAMBI NA ANGOLA; VIVA DEUS NA ANGOLA.

juntó( segundo orixá)




Todos sabemos que orixá vem por ancestralidade e não por escolha aleatoria, portanto se você é Omo Òsún é porque em um passado distante Òsún fez parte de sua familia formando varias gerações até que hoje somos nós os habitantes da Terra. Para acreditar que somos descendentes de orixás, temos que acreditar primeiro que os orixás foram os primeiros habitantes do Aiye e por ordem de Olorún populacionaram a Terra.

Os orixás formaram seu culto e sua população, com o passar do tempo essa população foi imigrando e se misturando cada vez mais então podemos perceber que não descendemos de um só orixá e sim de varios pois são muitas gerações antecendentes, porém existe um primeiro orixá que deu a origem de tudo e é este que deve ser iniciado em você.

Devido essa migração de povos, como já dito anteriormente, não descendemos de um só orixá então é quando passamos a cultuar o que se chama de Adjuntó ou segundo santo, estamos cultuando ancestralidade pois descendemos desse orixá também.

Esse orixá vem como um complemento, uma energia a mais na vida do Omo Òrísá, mas de acordo com a nossa tradição aqui no Brasil o culto dele é restrito pois aqui no Brasil só somos iniciados para um orixá. Então esse orixá sai na sala como qualquer outro, recebe suas oferandas como qualquer outro, mas não suspende Ogan e Ekedje e não possui erê (energia infantil do orixá).

Cajazeira Igí -Íyeye ou OKinkan





Nomes populares: Cajazeira, Cajá-Mirim, Cajá miúdo, Cajá mimoso, cajá amarelo, Taperebá, Cajazeiro, Cajá do Sertão.

Nome cientifico: Spondias Lutea L., Sinonímia: Spondias Monbin L.,Spondias Aurantica Schum, et Tronn., Spondias Brasiliensi MArt., Spondias Axillaris Roxb., Spondias graveolens Macf, Spondias Lucida Salisb., Spondias Myrobalanus L., Spondias Dubia Rich.

Outros nomes em África: Èkikà, Òkikà, Ìyeyè, Olósan,Iléwò Olósán.

Na África, a identificação cientifica do Cajazeiro se dá como Spondias Monbin L.

Sua origem é da África qual se aclimatou com louvor no Brasil, mas especificamente no Norte e Nordeste do Pais.

Utilizada em àgbo ìgbèrè (banhos compostos por diversos elementos de origem vegetal, animal e mineral, utilizado em iniciações) dos iniciados de Ògún.

Árvore de força, local de morada de Ogún e de diversos voduns, é considerada um importante àtinsá vodun, chamada pelos Jeje akikon’tin. Aos seus pés são reverenciados os voduns Gun, Fá e Azanadò (Bessén).

O cajazeiro é um atin dedicado ao culto de Fá, é cultuada pelo bokonon (aquele que é sacerdote de Fá), onde são depositados seus fetiches e oferendas rituais e seus sacrifícios são feitos, geralmente com cabritos e frangos; também é oferecido vi, ami-vovo, sodabi, etc.O nome Akinkon'tin é Fongbe; os nagôs e iorubás chamam esta árvore de Igi Eyè (Árvore do Pássaro) por causa do Ifá (Fá), cujo símbolo é o pássaro, ou chamam de Iyéyé (mamãe) devido a utilização de suas folhas pelas parturientes; eles também conhecem esta árvore como Okika. Em Benin as cerimônias e festividades anuais de Fá são realizadas em torno deste atin, onde são reverenciadas outras divindades como os Azètɔ́, cuja grande ira deve ser aplacada, Legba, Gun, e outros relacionados. Os preceitos do Fá são voltados a atrair coisas boas, livrando-se das más, e dos maus espíritos. O espírito “mau” aqui em referência é o desencarnado popularmente denominado “Ahovi”.

Seu fruto é interdito dos filhos de Ògún e Òsóòsì.

Segundo uma lenda, essa foi uma das árvores escolhidas pelas Iyá Mí Eleyé para pousarem e descansarem. Ali elas decidiram que concederiam felicidade ou infelicidade, conforme fosse o desejo de cada um. Suas folhas têm o poder de afastar as coisas ruins e atrair a sorte.

Em òògùn (medicinas) curativas e mágicas, pode ser usada no combate a Cistite, uretrite, Ulcerações do aparelho genial feminino, e do colo do útero. Palpitações, dor no estomago, constipação do ventre, complicações do parto, febres palustres e biliosas, blenorragia, diarreia, hemorroidas  enfermidades dos olhos e da laringe.


Orin Ewe:

E Ogun mo lo mo

Irè Ogun mo mo

Ewé òkiká kiki

Ogun mo lo mo

Irè Ogun mo

Òkiká kiki

Ogun mo lo mo

Ogum é o orixá que voce conhece

Ogum, rei de Irê, que voce conhece

A folha de cajazeira nos comprimenta

Ogum a reconhece

Aquela que é reconhecida por Ogun de Irê

Okiká nos cumprimenta

Ogum que você conhece
ze

6? obá da esquerda

OBÁ SORUN

É um dos mais importantes títulos cargos da cultura yorubá. O título de OBÁSÒRUN, correspondia em oyó ao cargo de 1º ministro, sendo portanto um poderoso personagem da estrutura da organização política do reinado. Era justamente ele que por suas funções também consideradas religiosas e sacerdotais, que no festival anual de ORUN, partia o OGBI, para em consulta as divindades, saber se as mesmas aceitaram os sacrifícios oferecidos pelo ALAFIN no festival de BERÉ.

Os poderes que OBÁSÒRUN possuia eram considerados enormes e de vital importância, haja vista, que na ocasião da indicação de um novo ALAFIN, era justamente ela quem finalmente decidia se o candidato indicado pelos 3 BABÁ OBÁ (pais políticos do rei) era ou não aceitável, possuindo as condições e as virtudes estabelecidas para um ALAFIN.

A importância política do ABÁSÒRUN é tão grande que na ocasião que tratamos dos estudos sobre OBÁ ABIODUN, vimos que a influência perniciosa de um poderoso BASORUN de oyó, de nome GAÁ, prejudicou de tamanho modo a política do reino que o OBÁ ABIODUN para poder terminar em paz o governo de seu reinado teve que descartar-se do BASORON GAÁ que acabou morto queimado.

5° obá da esquerda

OBÁ OLOGBON

Este é um título cargo de alta nobreza, conferido exclusivamente ao ONI (rei) de IGBON, outras das províncias metropolitanas de oyó, rica na agricultura, caça e pesca, servindo de elo de substância para as localidades circunvizinhas, abastecendo também o palácio ocupado pelo grande senhor ALAFIN. Embora o título de OLUGBON indique pré-eminência sobre inúmeros chefes de outras metrópolis, o OLUGBON ou AGBOMOSSÒ, chefe da cidade principal de IGBON, também é vassalo de ONIKOYI, chefe da província metropolitana de IKOYI e, consequentemente vassalo do ALAFIN daquela região, sendo ainda subordinado ao príncipe de OGBOMOSSÒ da mesma forma que o ARESÁ é subordinado ao rei de EMIR de ILORIN, importante metrópole de oyó, ligado diretamente ao ALAFIN da região em razão de sua importante posição política no reinado.

O título de OLUGBON é conferido somente aos mais idosos que acabam sendo considerados grandes conselheiros, face a experiência devida obitida dos seus períodos de existência. 

4° obá da esquerda



OBÁ ONIKOYI

Indica o chefe de uma promissora província metropolitana de oyó, chamada IKOYI.

O prefixo “ONI” significa “REI”, embora em uma escala hierárquica menor, no caso, quer dizer “Rei de IKOYI”. Sua função governamental é de tamanha importância, dando ao mesmo um forte elo de ligação com o poderoso ALAFIN, devido aquela metrópole ser rica em ouro e outros minerais, como o cobre, que na antigüidade, principalmente no solo africano representava uma das maiores riquezas que subsequente/aumentavam as riquezas, e os poderes do grande ALAFIN. São vassalos do rei, o ONIKOYI, o OLOGBON. o ORESÁ e um outro chamado TIMI, que no Brasil não foi instituído nem considerando como um dos OBÁ de SANGÒ, são na realidade os mais anciões de todos, portanto profunda sabedoria nas respostas às suas, haja vista, que na cultura yorubá os velhos são respeitados como possuidores de grandes sapiência, face as experiências conseguidas com as suas vivências, razão pela qual se tornam os grandes conselheiros. 

3° obá da esquerda


OBÁ ELERIN

 A palavra ELERIN versa sobre um nome título que dá cargo de chefe de uma cidade yorubá, que fica situada, ao sul de OFÁ (uma importante metrópole nigeriana), de nome ERIN.

A palavra ERIN está ligada ao grande volume de manganês que cobre o leito de alguns rios que cortam a cidade e ainda, em razão de que o manganês costuma ser encontrado em grande escala sobre o solo.

ERIN torna-se uma importante cidade devido a sua riqueza mineral, não pelo que se poderia forjar com aquele minério, mas sim, pela ligação que mantém este mineral com o grande Deus ORISÁ OGUN, senhor do ferro, da agricultura e da guerra, haja vista, ser o manganês usado na forja do ferro como matéria prima.

OBÁ ELERIN é considerado portanto um único chefe metropolitano, sendo subordinado somente ao ALAFIN, com o qual mantém estreita ligações de amizade.

O prefixo “EL” da palavra ELERIN é o mesmo que “AL” ou “OL”, que quer dizer “aquele que possui”.

2° obá da esquerda


OBÁ ARESÁ

O título ARESÁ, embora indique importância, não traduz nobreza, entretanto, atua como uma função de altos poderes políticos.

OBÁ ARESÁ era um importante chefe de IREJÁ, sendo seu rei e ao mesmo tempo vassalo de ONIKOYI, chefe de uma outra metrópole, sendo diretamente subordinado ao ALAFIN, como os outros reis yorubá e alguns príncipes reinantes da imensa região sob os domínios do grande ALAFIN.

IRESÁ é o nome dado a duas cidades, uma a leste e outra a sudeste de OGBUMOSÈ. A letra “A” da palavra ARESÁ, no caso o príncipe indica o poder de posse, aquele que tem, neste caso indica o chefe, o governante da cidade de IRESÁ, província metropolitana de oyó. 

1° obá da esquerda


OBÁ ONANSOKUN

É um título conferido ao pai do rei chamado de BABÁ OBÁ, podendo ser conferido não ao pai verdadeiro, mas sim, a um pai fictício, sendo o principal responsável pelas cerimônias preparatórias para a coroação do ALAFIN (dono do senhor do palácio).

Esta coroação geralmente é indicada pelo pai do rei, que recebem os títulos de “ONÁ-ISOKUN, ONÁ-ARA e OMO-OLÁ”.

Justamente na casa de ONANSOKUN, que representa o mais importante dos BABÁ OBÁ, que o novo ALAFIN deverá dormir a sua 1ª noite antes de assumir o palácio depois de sua eleição para o trono e, na ocasião serão executados diversos sacrifícios animais às divindades de modo que além de investir ao novo ALAFIN uma autoridade material o investirá também com autoridade possuidora de dotes divino, garantindo-lhe a palavra decisiva dentro do seu governo.
Na noite de dormida do novo rei na residência do ONANSOKUN, o BABÁ OBÁ, que na realidade não é só mestre de cerimônia mas também o principal sacerdote da corte de OYÓ, o único com autoridade para coroar o novo ALAFIN, irá executar do lado de fora do palácio na praça frontal, onde está instalado o templo de SANGÒ, práticas divinatórios como o jogo de OBI, extraído dali as oferendas propiciatórias as divindades, roçando orientação correta para o governo do novo rei.

Face a importância das funções do BABÁ OBÁ ONANSOKUN representa um dos mais elevados títulos cargo do governo de OYÓ, a ligação direta, o porta voz entre o rei os OYÓ-MESI (conselheiros) e a própria comunidade.

A autoridade dada ao novo ALAFIN, outorgada pelo importante ONANSOKUN, cessará com sua morte, quando então será escolhido um novo governo para o reinado.

6° obá da direita


OBÁ KANKANFÒ

O título KANKANFÒ indica um dos mais importantes cargos da corte de OYÓ, exatamente o correspondente ao de ministro chefe do exército, título cargo somente conferido aos grandes generais considerados exímios estrategistas, obstinados na prática da guerra que possuem vários trunfos nos embates das quais participava.

O OBÁ SANKANFÒ remonta sua ascendência ao poderoso povo da cidade de “IBADAN” por sua linha paterna, de modo que existem referências a títulos conhecidos em IBADAN no começo de sua história como cidade no primeiro quartel do século XIX, títulos que encerram cargos de destaque e título de nobreza.

ARÉ – ONO – KANKANFÒ

OSI KANKANFÒ

ASIPÁ KANKANFÒ

EKERIN KANKANFÒ e

EKEFÀ KANKANFÒ

5° obá da direita


OBÁ ODOFIN

A palavra “ODOFIN” representa um dos nobres títulos usados dentre da corte yorubá, que possui um total de 266 títulos de nobresa.

ODOFIN é também um título cargo dado ao sacerdote mor dentro de uma ala da sociedade secreta dos OGBONI. O título “ODOFIN” também está relacionado a cidade do IBOLO, mais precisamente, ao rei daquela metrópole, que antes de ser agraciado com este título real, usou antes os títulos de OSÁ, ARO e EJEMU, passando a usar o título de ODOFIN depois de reconquistar sua cidade anteriormente tomada e destruída por invasões de tribos inimigas, construindo no centro da cidade um riquíssimo palácio onde instalou-se para dar continuidade ao seu governo.

O título cargo ODOFIN encerra no seu contexto a figura de uma pessoa portadora de tenacidade, perspicácia e muita persistência, o que o torna um grande líder com destaque. 

4° obá da direita

OBÁ TELÁ

Este título conferido ao 4º OBÁ da direita de SANGÒ indica estar associado ao ORISÁ ÓSUN. Acaba sendo conferido a pessoa que apresenta uma grande relevância na conservação do culto àquela divindade, que apresenta uma grande ligação com o ORISÁ SANGÒ, pois os mitos africanos a mostram como esposa daquela divindade e, como uma importante deusa ninfa das águas doces, responsável pela sobrevivência dos nativos fornecendo a água potável que permite a subsistência de todos os reinos.

O título “TELÁ” é um nome peculiar, porém de suma importância que só pode ser usado entre as famílias reais de OYÓ, haja vista, que o seu próprio contexto indica título e cargo de nobreza, bem como, os nomes títulos “AFONJÁ e AJUAN” usados para os homens e, “OGBOJÉ, SIYÉ e AKERE”, usados somente para as mulheres.

A história nagô conta que um dos “OBÁ TELA”, foi entretanto, um dos maiores “OLÚ”, isto é, rei de uma cidade yorubá, sendo o seu verdadeiro nome “ILARO”, tendo sido o maior responsável pela construção de sua cidade, depois das guerras com “IJEBÚ ODÉ” em meados do anos de 1857. 

3° obá da direita




OBÁ AROLÚ

Este nome título é derivado de 2 outras palavras que dão formação a um “ORIKI”, “ARO” palavras que significam título honorífero de grande importância, altamente respeitável na comunidade, indica ainda numa assembléia é aquele que por direito foi eleito. e mais a palavra “ILÚ” (que quer dizer cidade) sendo que o nome título “AROLÚ” foi derivado de um antigo título de grandes mestres sacerdotais da sociedade secreta dos “OGBONI”. A sociedade santa e secreta dos OGBONI, é uma associação iniciática, progressista, que trata da sobrevivência do povo e da cultura, de grande penetração nas raízes da cultura de todo o povo yorubá.

Os OGBONI versam sua principal ideologia no culto à terra, exercendo uma enorme influência política naquele povo, haja vista, que seus membros são conselheiros e dignatários dos OBÁ de SANGÒ.

Sobre a ideologia, simbolismo e ritual, interditos e sanções (leis) dos OGBOMI, tornou-se expandido que estudam a sociedade nos mesmos moldes ditados pelos imperadores, de então do antigo reino de OYÓ.

Sabemos ainda que a sociedade secreta e iniciática dos EGBONI, possui um fundo místico onde em rituais profundamente secretos iniciam seus membros, com o principal propósito de torná-los grandes líderes dentro das comunidades que habitam, sempre com a intenção de pregar a liberdade e conservar as raízes de sua cultura.

No Brasil ao tempo das grandes revoltas de escravos no século XIX, há fortes evidências de membros remanescentes da sociedade dos EGBONI comandando `a frente de organização libertárias entre os escravos Nagô, podemos dizer ainda, que foram eles os principais responsáveis pelas organizações de libertação, que acabaram dando origem aos famosos quilombos, dentre estes o de “Palmares” liderada por GANGA ZUMBA que tornou-se o mais conhecido.

A sociedade dos OGBONI encerra na realidade uma complexa e bem estruturada hierarquia de importantes OLOYÈ (possuidores de nobres cargos títulos) entre eles reis de várias metrópoles da região do complexo yorubá.

AROLÚ era sem dúvida, precisamente uma das mais importantes figuras do reino, sendo um dos mais nobres títulos só outorgados a pessoas de destaque na sociedade.

2° obá da direita




OBÁ ARÉ

É o nome de um título oficial, entre o povo yorubá, indica pré eminência, o primeiro em precedência. O nome “ARÉ” é anteposto a uma série de outros títulos yorubá como exemplo, “ARÉ-ONAN-KANKANFÒ”, título este ocupado em vários e respeitados estágios da história yorubá, com grande destaque por seus portadores.

Na corte do “ALAFIN OYÓ”, o ARÉ-ONAN-KANKANFÒ era confirmado ritualmente no seu posto com 201 incisões na região.

Aré tinha o direito pelo posto de usar um gorro especial vermelho chamado OJIJIKÒ, enfeitado com várias IKÓODIDÉ, penas vermelhas de um papagaio africano chamado AKAN e, nas suas aparições em público portava na mão uma cauda de porco que simbolizava o nobre cargo título que ocupava.

A palavra KANKANFÒ, refere-se a um dos mais importantes cargos da cultura yorubá, é o primeiro e mais alto dos títulos militares na organização dessa cultura, correspondente no mundo ocidental do ministro chefe do exército.

O título expressa vários poderes, entre eles o da decisão, que pode inclusive influenciar na queda de um rei.

Podemos observar que “ARE” é um título de preeminência, podendo ser usado isoladamente na corte de “ALAFIN OYÓ” como acontece inclusive no Brasil pois, é para os yorubá, um dos títulos mais altos usados por dignatários daquela corte, onde ocupa cargo de destaque na organização daquele império.

obás de sango-1º obá da direita


ABIODUN evoca a figura de um dos mais notáveis reis da cultura yorubá, chamado de ALAFIN OGBIODUN, que segundo profundas pesquisas feitas por famosos etnólogos, sociólogos e antropólogos, teria sido o 29º (vigésimo nono) ALAFIN e, teria reinado na segunda metade do século XVIII.

Diz-se que o mesmo teve 660 filhos. O seu verdadeiro nome era “ADEGOLU” mas ele ficou glorificado com o nome que trouxe ao nascer que é ABIODUN, nome que as crianças da cultura yorubá quando nasce em um dia de festa, feriado ou no último dia da semana de 4 (quatro) dias chamado de “IJÓNLÁ” (o grande dia), relativo ao domingo do calendário romano.

O nome recebido pela criança naquelas datas importantes, tem o título de “AMUNTORUNWÁ” que deixa transmitir um aspecto de grandeza para o recém-nascido.

ABIODUN foi o último dos reis yorubá que exerceu pleno poder sobre a terra e sobre o seu povo e, antes da sua morte justo quando começou a decadência do poderoso império nos fins do século XVIII, ele, ABIODUN, conseguiu descobrir e desfazer perniciosa influência de seu todo poderoso “1º MINISTRO”, o “BÁSORÙN GAÁ”, que morreu supliciado na fogueira em que se transformou sua própria casa queimada pelo povo, após trair seguidas vezes ao ABIODUN, que então, pode reinar sozinho sobre o vasto império que lhe fora confiado.

ABIODUN – A (aquele) BI (ao nascer) ODUN (dia festivo)

“Aquele que nasce no dia festivo”


Quando falamos de “OBÁ ABIODUN, encontramos a palavra “ALAFIN”, que é também um título nobre dado ao rei do povo yorubá. A palavra significa “ALA” – o que possui, o dono, aquele que usa e “AFIN” – palácio, portanto, a junção destas palavras formam um “ORIKI” (saudação) que quer dizer “Dono ou Senhor do Palácio”.

Encontramos ainda sobre o “OBÁ ABIODUN”, uma referência quanto ao seu nome ao nascer, que os yorubá chamam de “AMUNTORUNWÁ”, isto quer dizer que o nome dado a criança é feito pelas circunstâncias do nascimento da mesma ou, por fatos marcantes ocorridos na mesma ocasião, na família ou na comunidade como um dia festivo, feriado ou de relevância social.

A palavra “ABIODUN” tem origem na língua nagô, quer dizer: A (possuir) BI (NASCER) e ODUN (dia ou tempo de festa, feriado ou data marcante).

Historia do Imperio de Oyo



O Império de Oyo foi fundado por volta de 1400 até 1835, quando encontrou o seu fim ao ser conquistado pelo Império Fulani. Foi portanto um império de considerável duração

Sangô, em sua dimensão histórica, teria sido o terceiro Alafin de Oyo (Alaafin=dono do palácio).

Oranyan, o primeiro Alafin, foi sucedido por seu filho Ajaka (também denominado Dada Ajaka), irmão mais velho de Sango.

O Xangô histórico era filho do primeiro Alafin de Oyo, (Oranyan) com a princesa Torosi, filha de Elémpe, rei do nação Nupe (também chamada Tapa pelos yoruba).

Xangô cresceu na terra de sua mãe, e depois se transferiu para Kossô, onde inicialmente o povo não o aceitou, devido ao seu temperamento dominador. Mesmo assim conseguiu se impor, tornando-se rei de Kosso (Obá Kosso), mais tarde se deslocou para Oyo com o seu povo, fundando ali um povoado que recebeu (também)o nome de Kosso en função da origem de seus habitantes e de seu líder. Manteve assim Xangô o título de Oba Kosso, já que era o lider desse povoado e membro da família real de Oyo.

Ajaka, seu irmão mais velho e sucessor de seu pai, ao que tudo indica, não possuia força militar e política suficiente. Governava dando autonomia aos chefes locais sob seu reinado. Era amigo das artes e ao que tudo indica um soberano pacífico. Sangô, considerando o irmão fraco reinar o destrona. Ajaká é exilado para Igboho, uma cidade menor da qual se torna regente.

Durante sete anos Sango foi Alafin de Oyo, govertando com pulso forte , até que arrependido de injustiças cometidas se retira e regressa para a terra de sua mãe, onde vem a se suicidar por remorso devido às injustiças que teria cometido. De certa forma daí vem sua associação como orixá da justiça, pois sua força passa então a ser direcionada a favor da luta contra todas as injustiças. 

Com a morte do Alafin Sango, seu irmão Ajaka retorna ao trono de Oyo, agora como quarto Alafin e com a morte sobe ao trono seu filho Aganju (o quinto Alafin), neto de Oranyan e sobrinho de Sango.

caminhos de xangô


Jakutá –
É a representação da justiça e da ira de Olorun, miticamente Xangô foi iniciado para este Orixá sendo considerado como a forma divina primordial do mesmo. Ele foi enviado em sua forma divina por Olorun para estabelecer a ordem e submeter Oduduá e Oxalá aos planos da criação durante um momento de conflito entre as divindades. É o próprio Xangô. Veste marrom com branco.

Afonjá –

Senhor real da casa de Songo em Oyo,
Filho de Iyemoja, guardião do amuleto de Obatala.
Era também Arè-Onankakanfo, quer dizer líder do exército do império. Segundo a história de Oyó, no início do século dezenove, Oyó era governada pelo rei Aolé, ele possuía aliados que eram como Generais, que lhe davam todo o tipo de apoio mantendo assim o poder absoluto sobre o Reino Yorubá e os reinos anexados. Mas um dia um desses generais resolveu se rebelar contra Oyó e se unir com os inimigos, esse general se chamava Afonjá que era conhecido como Kakanfo de Ilorin. Declarou-se independente de Oyó. Com isso o Rei de Oyó Aolé se envenenou para não ver o desmembramento do Império. Afonjá traiu o Império Yorubá, mas quando os rebeldes assumiram o poder Afonjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este alegou que se um homem traiu seu antigo rei ele voltaria  trair tantos outros.

Igbarú –

Caminha com Iyemonja e Esú,
Usa de marrom e preto.
Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império, quando cria o culto de Egungun, é aclamado como a forma humana do Deus primordial Jakutá sobre a terra, senhor dos raios, tempestades, do Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destruir a capital do Reino numa crise de cólera e depois arrependido, se suicida, adentrando na terra. 

Ogodo –

Como a maioria dos Songos são ligados a Iyemoja,
É aquele que usa dois oxes,
Usa marrom,
É um xango jovem.

Obain –

Diferente dos outros é ligado a Oyá,
Adora dançar ilu,
Come acarajés,
Usa marrom.

Obalubê –

Esposo de Oba Oya e Osun! Repugna traição,
Senhor do vermelho,
Adora amala,
Responsável, serio, preza pelos bons costumes.

Aganjú -

Filho caçula de Oraniyan e Iyamasse, não era bem visto por seus irmãos pois não tinha sentimentos guerreiros.
Tem poder sobre as montanhas e os vulcões.
Aganju pode ser traduzido como: Agan = estéril, ju = deserto, ou mais precisamente como: local desconhecido, inexplorado, desabitado.

Recebe o título de Òkèrè ao tornar-se esposo de Yemoja... Da união com Aganju, Iemanjá deu à luz a Orungã, o ar, o espaço entre a terra e o céu.

Itinlé - 

veste branco e é ligado a Yemanja Sobà e Osun Karé. Foi ele quem carregou Oxàlúfan nos ombros e tentou coloca-lo contra Xàngó , dizendo que ele teria passado os sete anos na prisão por culpa de seu filho, Xàngó. Por isto existe uma kizila entre Ayrà e Xàngó , não podendo Ayrà ser posto em cima do pilão , pois provoca a ira de Oxàlúfan. Come com Exù.  
É o filho rebelde de Obatalá. Ayrá Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores a Obatalá. 

Igbonan - 

É um título de Airá que significa  floresta de fogo, faz referência ao ato da fogueira  em que Airà a acendia em reverência  a Xangô. É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança acompanhado de Iansã, pisando as brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Airá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras.

Adjaosi - 

É o eterno companheiro de Oxaguiã. Um dia, passando Oxaguiã pelas terras onde vivia Airá Osi, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de batalhas. Sem que Oxaguiã se desse conta, Airá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos guerreiros de Oxaguiã, misturando-se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho encontraram inimigos ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxaguiã observava a disputa do alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um de seus soldados estava de cócoras, escondido atrás da pedra. Sorrateiramente Oxaguiã interpelou seu soldado e para sua surpresa deparou-se com Airá que chorava de medo, implorando seu perdão, por haver enganado o grande guerreiro branco. Oxaguiã, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de Airá Osi. No entanto, como punição pela mentira de Airá, decidiu que naquele mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas. 

Módè, Mófè ou Álàmódè 

É um título de Ayrá.  É considerado o pai das águas quentes, pouco difundido nos terreiros, este Aiyra vem acompanhado de Osun Iyponda. Conta o mito que Modé vestiu-se de Osun para ser confundido durante uma busca para prende-lo, sendo assim, geralmente ele é cultuado sendo "Iyagba", seus animais são fêmeas e seus filhos geralmente mais delicados, ardilosos que choram com facilidade para chegarem ao seu alcance.

Óbómìn, Bómìn ou Ygbómìn -  

mais um título de Airá. É bom, conselheiro, dono da verdade, reina nas águas junto com Oxun foi ele que Oxalá transformou em seu primeiro ministro. Não faz nada sem perguntar a Oxalá.


Cargos e Hierarquias do candonblés


Hierarquia Candomblecista.

De acordo com a tradição deixada pelos antigos, segue abaixo em ordem crescente como evolui a hierarquia do candomblé.

Abiyan - A base da piramide.
Nesta fase, é quando a pessoa chega na casa e passa pelo ritual do Obi D'Água, ela recebe seus fios de conta e passa a fazer parte do dia dia da casa do candomblé, é nesse periodo que ela vai descobrir o que candomblé e como fazemos o candomblé, as obrigações são restritas a essas pessoas por eles ainda não terem passado pelo ato iniciatico, é um periodo extremamente importante, pois ele conhece como é a casa e o rito, diminuindo assim o futuro arrependimento e o abandono religioso.

Ao abian é permitido ajudar em quase todos serviços da casa, sempre orientado por um mais velho que diga o que pode ou não fazer. Essa fase é muito importante para se aprender vendo e ouvindo, as perguntas não são muito bem vindas, observar e saber ouvir é a melhor maneira de aprender, quando um mais velho se dispôr a falar e contar, abaixe-se e preste atenção, não interrompa, escute e grave.

Abiyan significa aquele que ainda não nasceu, por isso não entram na roda e não entram em transe com orixá.

Iyawo - O iniciado.

Perante os orixás todos (iniciados) somos iyawo, independente de quanto tempo de candomblé nos temos. Este filho é iniciado, ele passa a fazer parte das obrigações internas da casa, mas por ser iniciado a pouco tempo ele participa em transe com seu orixá impossibilitando assim que ele veja e ouça o que se passa nos momentos da obrigação.
Esta fase de iyawo tem duração de 7 anos, nesse periodo você aprende as rezas, as comidas, quem são os orixás, como representa-lôs e etc.
As mulheres iniciadas podem dançar na roda, e os homens acompanham o candomblé sentados na esteira junto os abiyan.

Iyawo significa esposa e quer dizer uma aliança eterna para com o orixá.

Egbon mi - O mais velho.
Antigido os 7 anos de iniciação o iyawo passa por uma obrigação que o torna um mais velho, ele passa a assistir as obrigações sem estar em transe podendo assim aprender melhor o que se passa durante todas as obrigações. Aprimora seus conhecimentos podendo assim tirar o orunkó de um iyawo e vir a ser pai pequeno, zelador ainda não pois ele esta começando a participar, a visualizar as obrigações agora, ainda está em fase de aprendizado.
Nesta fase é quando o orixá nos mostra os dons daquele iniciado e qual sua missão, se os orixás derem a ele cargo de zelador de orixá futuramente ele ganhará esse posto, mas como NÃO SÃO TODOS QUE TEM ESSE CARGO, os que não tem futuramente ganhará posto, um cargo dentro da casa, dependendo do cargo aquele setor ficará sob responsabilidade dele.
Egbon mi - Significa meu irmão mais velho.


Oye - O Cargo.
Passado mais 7 anos, o iyawo agora atinge seus 14 anos de iniciado dentro do culto.
Nesta obrigação, ele passará assumir uma responsabilidade pois teve 14 anos de aprendizado constante e pode assim assumir uma casa de candomblé ou uma função na casa onde foi iniciado. O orixá deste filho irá pelo jogo de búzios informar o zelador qual como devemos proceder daquele momento em diante.

Cargos dado as mulheres:

Iyákekere - Mãe pequena, esta é o braço direito do zelador, na ausencia do zelador é ela quem responde pela casa do candomblé. As pessoas que recebem este cargo não podem abrir casa de candomblé.

Iyálaxé - Mãe do Axé, estando abaixo  da Iyákekere, esta também responde pela casa do candomblé.

Iyáegbé - Mãe da comunidade, fica responsavél pela ordem e estrutura do axé.

Iyáefun - Mãe do efun, fica responsavél pela pintura dos iniciados.

Iyábassé - Mãe da cozinha, fica responsavél pela cozinha do candomblé.

Iyásijé - Junto a Iyabassé, também é responsavél pela cozinha do candomblé.

Iyamoro - Responsavél pelo Ipade.

Iyadagan - Junto a Iyamoro, é responsavél pelo Ipade e pelo culto a Exú.

Iyalossaiyn - Mãe das folhas, fica responsavél pelo Sasaniyn e pelas folhas da casa.

Ajibonan - Mãe criadeira, responsavel por cuidar das pessoas que estão recolhidas.

Cargo dado aos homens:

Babaegbé - Pai da comunidade, responsavél pela manunteção e ordem da casa.

Babaefun - Pai do efun, responsavél pela pintura dos iniciados.

Babalosaniyn - Pai das folhas, responsavél pelo Sasaniyn e pelas folhas da casa.

Recebido essas resposabilidades eles continuam sua jornada religiosa.



Ajoye - Mais conhecidas como ekedje, são as mães do orixá, aquelas escolhidas por eles para serem suas mães, cuidarem do orixá que lhe suspendeu e confirmou.

Iyarobá - Ekedje do Zelador e não de um orixá especifico.

Oloye - Mais conhecido como Ogans, são os pais do orixá, aqueles escolhidos que tocam e cuidam do orixá que lhe suspendeu.

Assogbá - Ogan responsavél pelo culto do quarto de Oluaiye.

Mogbá - Ogan responsavél pelo culto do quarto de Xangô.

Elemasó -  Ogan responsavél pelo culto do quarto de Obatalá.

Balogun - Ogan responsavél pelo culto do quarto de Ogun.

Axogun - Ogan responsavél pela mantaça.

Alagbê - Ogan responsavél pelos Ilús (atabaques).

Pejigan - Ogan responsavél pelos axés da casa.

Aficodé - Ogan responsavél pelo culto do quarto de Odé.

Os Ogan e as Ekedje quando iniciados já ganham postos, tomam obrigação de ano mas não crescem de acordo com o tempo. Já nascem pai e mãe do orixá.

Obrigação de 21 anos.

Ultima obrigação é apenas para reforçar a troca de energias para com os orixás, a partir daquele momento todo ano o iniciado toma um bori e oferenda seu orixá.