Logun Edé
Logun = Meio; metade. Ede = Bairro de Ede, na cidade de Ijexá.
Filho de Ode e Oxum, Logun é o grande príncipe da terra de Ijexá. É o dono da fartura e caçador habilidoso.
É também denominado Logun Odé. Orixá da prosperidade, ligado a caça e a pesca. Proveniente dos Ijèșà, é um encantado que se realiza na feitura. Vem sempre acompanhado de Oṣun e Oṣòósi. Para a feitura desse orìṣà, tem que se reconhecer Oxossi. Segundo as tradições, a pessoa recolhe odé e sai feita Logun Odé.
Logun Ede, segundo as tradições, vive seis meses em terra firme, alimentando-se de caça e seis meses submerso em águas profundas de rios, alimentando-se de peixes. Por isso, supõe-se que ele seria da mesma forma, seis meses homem e seis meses mulher. É considerado um orixá encantado, porque nasceu dentro do ronkó (lugar de iniciação), resultado do casamento entre Oxossi e Oxum. Logun, rejeita roupas vermelhas e marrons e é por natureza de pavio curto, zangando-se por qualquer coisa. É no entanto a mais sincera de todas as divindades. Seus filhos apresentam uma tendência a esbarrar os pés nos cantos e quinas de paredes, tropeçar em mesas e incidentes desse tipo, pois ao mesmo tempo que ele demonstra capacidade de conquistar o mundo com seus pés, deixa ver também seu ponto franco.
Logun é caracterizado por um peixe de madeira que representa a abundância da pesca no rio onde é cultuado. Habita as cachoeiras, rios, matas, riachos e florestas. Seus metais são o ouro e latão as pedras semipreciosas turquesa e topázio.
As pessoas de Logun Ede são narcisistas. São de trato fácil, bem humorados e educados.
L'osi L'osi Logun-Edé!
Meu pai! Caçador de Elefantes Senhor de Ẹdẹ do ẹran erin. Senhor dos frutos.
Como nasceu Logun edé
Ọṣun costumava banhar-se no rio todas as tardes. Mergulhava nas águas profundas, trançava seus longos cabelos, e adornava-se com belas jóias.
Um belo jovem vinha sempre admirá-la, de corpo forte, ágil como um felino, mas tímido diante das mulheres.
Ọṣun o descobriu e apaixonou-se por ele. Chamou-o para nadar a seu lado e ele negou-se a fazê-lo. Era pescador, mas não sabia nadar.
Isto aconteceu por várias vezes, estava sempre fugindo da bela mulher que o assediava, mas não podia afastar-se pois estava rendido à seus encantos.
Desesperada, Ọṣun procurou Eṣù para que a orientasse em como conquistar o belo homem. Eṣù aconselho-a a fazer um encantamento com doces e mel, que seria colocado na beira do rio quando ela fosse nadar. O caçador não resistiria aos doces e se apaixonaria imediatamente, de tal forma que a acompanharia onde fosse.
Oṣòósi vendo aquelas guloseimas na beira do rio, saboreou os doces. E logo se quedou diante da bela Ọṣun, que o convidou a aproximar-se dela.
O jovem não mais resistiu. Tiveram relações e mais tarde, Ọṣun deu à luz um belo menino - Logun Odé, que herdaria não apenas as suas características, como as do pai.
O menino tornou-se um belo jovem. Aprendeu a pescar e vivia no fundo do rio com sua mãe, que sempre o impedia de sair. Mas a mata o enfeitiçava. Ele tinha vontade de encontrar seu pai e, assim, a cada dia, nela se embrenhava mais um pouco.
Esse itán permite-nos entender a metamorfose de Logun Odé. Trata-se de um orixá masculino e não andrógino ou hermafrodita. Mas que vive 8 meses em companhia de sua mãe e outros 8 meses em companhia de seu pai
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