“Rainha das águas que vem da casa de Olokum.
Ela usa, no mercado, um vestido de contas.
Ela espera orgulhosamente sentada, diante do rei.
Rainha que vive nas profundezas das águas.
Ela anda à volta da cidade.Insatisfeita, derruba as pontes.
Ela é proprietária de um fuzil de cobre.
Nossa mãe de seios chorosos”(Verger; 1997:191)
Ela usa, no mercado, um vestido de contas.
Ela espera orgulhosamente sentada, diante do rei.
Rainha que vive nas profundezas das águas.
Ela anda à volta da cidade.Insatisfeita, derruba as pontes.
Ela é proprietária de um fuzil de cobre.
Nossa mãe de seios chorosos”(Verger; 1997:191)
"Iemanjá é o orixá dos Egbá, uma nação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o Rio Yemanja. As guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokuta, no início do século XIX. Não lhes foi possível levar o rio, mas transportaram consigo os objetos sagrados, suportes do axé da divindade. O Rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se, a partir de então, a nova morada de Iemanjá. Este Rio Ògùn não deve, entretanto, ser confundido com Ògún, o orixá do ferro e dos ferreiros."
"Yemonjá é a mãe que não faz distinção dos seus filhos, sejam como forem, tenham ou não saído do seu ventre. Quando humildemente criou, com todo amor e carinho, aquele menino cheio de chagas, fez irromper um grande guerreiro. Yemonjá criou Omulu, o filho e senhor, o rei da terra, o próprio Sol."
Yemanjá é a mãe sagrada, a mulher que dá origem à humanidade, a mãe do mundo. Yemanjá incorpora todos os valores da mulher, mas torna-se sagrada ao assumir o papel de mãe, principalmente quando admitimos que o conceito de mãe, definido pela cultura, é muito mais complexo do que se supõe. Mãe não é simplesmente, a mulher que pare, a que cria os filhos, que alimenta e dá carinho, mas é a mulher sacralizada, aquela que une os filhos pelos laços da consanguinidade e que, ao mesmo tempo, os separa pelas regras que a cultura, às vezes mais forte do que o sangue.
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