Ahoboboy Oṣùmàré - Cubra-me com seu arco-íris senhor das águas supremas.
Oṣù = a parte alta da cabeça; Màré = que faz fluxo e refluxo (a vida e a morte). Logo, Oṣùmàré.
Filho mais novo de Nàná Ibain e de Oṣalá, irmão de Iroko, Ọmælu e Ọsaiyn.
Oṣùmàré é um òrìṣà masculino que participou da criação do mundo, nos primórdios da sua existência e estará participando da evolução planetária por toda a eternidade. Sustentáculo do universo, deu luz às estrelas, movimento à terra e aos planetas. Governa os movimentos da terra e desta ao redor do sol. A ele pertencem as marés e as fases lunares e solares. Seu movimento fez surgir os rios e as fontes, canalizou as águas do interior da terra para as vertentes, fazendo brotar a vida no planeta. Dá energia às sementes para que se transformem em vegetais; produz as chuvas que permitirão às colheitas se transformarem no alimento do homem. E, como o arco-íris é o elo de Deus – Olòdumàré - com os homens, a palavra divina de que ele sempre estará presente entre nós. Se as sete cores do arco-íris são originárias do branco, a síntese universal, Oṣùmàré tem, em si mesmo a energia cósmica da transformação e dos movimentos contínuos da universidade em função da nossa evolução.
A grande serpente do arco-íris, símbolo da aliança entre o homem e a eterna paz dos deuses.
Oṣùmàré é o òrìṣa da riqueza (espiritual e material). Apresenta-se de sete formas diferentes como as cores do árco-íris. Tem múltiplas funções.
Mitologicamente seria andrógino e teria a função de recolher a água caída sobre a terra e levá-la de volta às nuvens.
Oṣùmàré simboliza o movimento, a atividade, a continuidade e a permanência. Às vezes é representado por uma serpente enroscada que morde a própria cauda. Outras, como uma serpente que envolve toda a terra, como se com sua força impedisse a desagregação do planeta.
Oṣùmàré é considerado o òrìṣà de todas as formas alongadas. É o orìṣà responsável pelo cordão umbilical, pelo pênis, pelas varetas de bambu, pelo segi que representa as fezes de Becem. Dani é a mesma coisa.
Representa o fim do mundo; o número zero. Não tem início nem fim.
Para os banto Ramboro ou Angoro.
Deus originário do Mahi e cultuado no Jeje, onde é conhecido como Dan, a serpente - arco-íris. Em sua ambigüidade, apresenta os aspectos, masculino e feminino, embora o sexo aqui apresentado não diz respeito a homem-mulher, mas a polaridade cósmica.
Oṣùmàré reside nas profundezas dos oceanos, a ele pertencem todas as riquezas ali existentes. Ao mesmo tempo, está ligado às águas profundas do nosso inconsciente, à eternidade do nosso espírito que teve um começo, mas, jamais terá fim. Representa ainda, a roda da vida, que está sempre se modificando, a cada instante, a cada era.
Por outro lado, habita também as profundezas das florestas, da terra firme, onde os tesouros que ali existem estão sob sua guarda, o consciente planetário, habitat de nossos ancestrais e de nossa individualidade.
Ahoboboy!
Também representado por uma serpente que morde a própria cauda, Oxumarê simboliza a continuidade de tudo, ou seja, o infinito, o eterno. Tudo que não tem começo e nunca terá fim. O movimento, o ir e vir, como símbolo de renovação, também apresentado pelo ato de trocar de pele.
Dan é a serpente simbólica que todo o ser humano carrega em si mesmo, representada pela coluna vertebral
O culto a Dan foi implantado em Dah, fundando o Dahome, atual República Popular do Benin. Na Nação Ketu, Ewá simboliza os aspectos feminino de Oxumarê.
Oxumarê é conhecido na Nação Angola como Hangolo ou Angorô.
Através do arco-íris, representa o elo entre Olodumare (Deus) e os homens.
Seu toque principal é o bravum, Sato e o mudubi.
As pessoas de Oxumarê desejam ser ricas, e têm paciência e perseverança. Porém, quando atingem o sucesso, podem tornar-se orgulhosas e tripudiar em cima das pessoas menos afortunadas. Gostam de demonstrar seu poder aquisitivo. Têm dificuldade de se relacionarem com as pessoas por conta das características andróginas desse orixá. Não são muito discretas nas formas de se vestirem, não se preocupando com as combinações das peças de roupas ou mesmo se estão fora de moda. São, por vezes, extrovertidas e generosas.
Os filhos de Oxumarê destacam-se pela beleza aristocrática; são indivíduos nervosos, originais, geralmente cheios de cacoetes e que se tornam precocemente enrugados.
Resumindo, de uma forma geral, os filhos de Oxumarê são inteligentes, dinâmicos, curiosos, observadores, indiscretos, irônicos e maledicentes. Elegante e altivo, eloqüente, um pouco exibicionista e esnobe, ele atrai, seduz, fascina. É um sujeito esperto, geralmente bem sucedido e que sabe ser generoso.
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